Embora a agricultura não seja um setor que gere tantos empregos quanto o comércio e os serviços, a riqueza criada dentro da porteira se
espalha, movimenta a economia dos municípios do interior do País e acaba gerando contratações em outros segmentos. Um levantamento feito
pelo economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Fabio Bentes, revela que, entre os cem
municípios que mais ampliaram a quantidade de postos formais de trabalho neste ano até setembro, 26 estão nos três Estados que também
mais expandiram a receita agrícola na safra 2019/2020.
Em primeiro lugar, está o Paraná, com 11 cidades; depois Goiás, com 9; e Mato Grosso, com 6 municípios. O relevante é que o Paraná foi
o Estado que registrou, segundo estudo da MacroSector Consultores, o maior avanço na receita de grãos este ano (53,8%), seguido por
Goiás (36,3%) e Mato Grosso (33,2). Para chegar a esse resultado, Bentes considerou o estoque de emprego formal dos municípios pela
Relação Anual de Informações Sociais, do Ministério da Economia, e cruzou essas informações com os micro dados do Cadastro Geral de
Empregados e Desempregados (Caged) até setembro.
Fatia
Os três Estados respondem por 14% dos trabalhadores formais do País. Já entre os cem municípios que mais expandiram o emprego neste ano,
essa fatia sobe para 26%. Segundo Bentes, cidades que são fortes no agronegócio têm apresentado uma geração de emprego acima da média
nacional. Na média dos cem municípios, o emprego formal cresceu 9,5% este ano. Em Ortigueira, com 22 mil habitantes, localizada na região
de Campos Gerais do Paraná, a expansão do emprego foi de 33% no mesmo período. “É outro Brasil”, diz o economista, se referindo ao
dinamismo das cidades do interior. Enquanto isso, o País como um todo deu marcha à ré e teve retração de 1,5% a 2% no número de vagas
formais.
O economista ressalta também que, na lista dos cem municípios mais dinâmicos no emprego, não há capitais. “Isso revela que a economia
brasileira, hoje, depende mais do que nunca do agronegócio para não ter um desempenho ainda pior”, diz Bentes. O agronegócio responde por
cerca de um quarto do PIB.
Autor: Desconhecido
Fonte: www.economia.uol.com.br